A constituição dos Centros de Ciências e Saberes não se dissociam das lutas identitárias e territoriais. Os museus vivos promovem espaços de expressão cultural das comunidades e reconhecimento de seus saberes tradicionais. Perpassado por esse contexto, é possível se pensar essas iniciativas como instrumentos de poder, ao atualizarem sistemas de autoclassificação. O Livro Resistencia e Fé protagonizado pelas narrativas quilombolas do senhor Ednaldo Padilha, imprimi um processo de construção de territorialidades especificas, da comunidade de Camaputiua, a partir de trajetórias femininas. Relatando que mãe Pruquera Viveiros, escrava de um dos antigos engenhos da região, demarca a origem do território ao plantar quatro mangueiras. Já a iniciativa do Centro de Ciências e Saberes da comunidade de Canelatiua se efetiva por meio de movimentos sociais, assegurando condições de reflexão sobre a luta dos atingidos pela base de lançamento de foquetes, situada em Alcântara.
Os acervos construídos pelos agentes das comunidades para exposição nos Centros de Ciências e Saberes reúnem um conjunto de artefatos representativos das situações de conflito social vivenciadas pela comunidade. Cenário de processos de afirmação identitária, de autorepresentação, reconhecimento de direitos e conhecimentos tradicionais, atos de resistência mediante situações especificas de conflitos. A criação dos museus vivos representativos de povos e comunidades tradicionais manifesta tomada de posição referente a sistemas de classificações oficiais e considera a dinâmica das relações de poder subjacentes a esses sistemas e praticas museológicas oficiais. As iniciativas de criação de coleções dos grupos de famílias residentes no município da Raposa, acionam a identidade de indígenas Tremembé, que se encontrava subsumida na identidade de pescadores cearenses. Nesse contexto, sinais diacríticos são acionados como forma de demarcar as diferenças étnicas – saberes e fazeres específicos – aos pleitos pelo reconhecimento da identidade indígena Tremembé.
Agradeço pela pergunta!!!
Curso
CIÊNCIAS SOCIAIS
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Não
Patrícia Maria Portela Nunes
2 anos atrás
Parabéns por seu empenho e dedicação Ana Carolina! Continue persistindo mesmo face às dificuldades pois você possui grande sensibilidade antropológica.
A constituição dos Centros de Ciências e Saberes não se dissociam das lutas identitárias e territoriais. Os museus vivos promovem espaços de expressão cultural das comunidades e reconhecimento de seus saberes tradicionais. Perpassado por esse contexto, é possível se pensar essas iniciativas como instrumentos de poder, ao atualizarem sistemas de autoclassificação. O Livro Resistencia e Fé protagonizado pelas narrativas quilombolas do senhor Ednaldo Padilha, imprimi um processo de construção de territorialidades especificas, da comunidade de Camaputiua, a partir de trajetórias femininas. Relatando que mãe Pruquera Viveiros, escrava de um dos antigos engenhos da região, demarca a origem do território ao plantar quatro mangueiras. Já a iniciativa do Centro de Ciências e Saberes da comunidade de Canelatiua se efetiva por meio de movimentos sociais, assegurando condições de reflexão sobre a luta dos atingidos pela base de lançamento de foquetes, situada em Alcântara.
Segui o link referente ao livro citado.
http://novacartografiasocial.com.br/download/03-resistencia-e-fe-o-cabeca-narrativas-de-um-quilombola/
Obrigada pela pergunta!!!
Qual a relação dos “museus vivos” com a dinâmica social de construção de territorialidades específicas?
Como pensar o caráter ou significado político de iniciativas como a dos “museus vivos”?
Os acervos construídos pelos agentes das comunidades para exposição nos Centros de Ciências e Saberes reúnem um conjunto de artefatos representativos das situações de conflito social vivenciadas pela comunidade. Cenário de processos de afirmação identitária, de autorepresentação, reconhecimento de direitos e conhecimentos tradicionais, atos de resistência mediante situações especificas de conflitos. A criação dos museus vivos representativos de povos e comunidades tradicionais manifesta tomada de posição referente a sistemas de classificações oficiais e considera a dinâmica das relações de poder subjacentes a esses sistemas e praticas museológicas oficiais. As iniciativas de criação de coleções dos grupos de famílias residentes no município da Raposa, acionam a identidade de indígenas Tremembé, que se encontrava subsumida na identidade de pescadores cearenses. Nesse contexto, sinais diacríticos são acionados como forma de demarcar as diferenças étnicas – saberes e fazeres específicos – aos pleitos pelo reconhecimento da identidade indígena Tremembé.
Agradeço pela pergunta!!!
Parabéns por seu empenho e dedicação Ana Carolina! Continue persistindo mesmo face às dificuldades pois você possui grande sensibilidade antropológica.