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Laura Luiza Silva e Silva
Laura Luiza Silva e Silva
2 anos atrás

Parabéns pela pesquisa. Qual a importância para a sociedade com a dotação de moças realizadas pela Santa Casa de Misericórdia?

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História
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Ana Caroline Silva Caldas
Ana Caroline Silva Caldas
Responder para  Laura Luiza Silva e Silva
2 anos atrás

Obrigada.
Para entendermos a preocupação com o feminino, encontramos na época após o Concílio de Trento (1545-1563) o crescimento com a preocupação da honra feminina, bem como o incentivo ao erguimento de recolhimentos femininos. Com a criação da Santa Casa durante o período moderno, precisamente em 1498 na cidade de Lisboa (Portugal), a irmandade como esteve diretamente ligada a religião Católica, se encarregou de diversas atividades caritativas, e dentre as atividades, a proteção com as mulheres. Com a expansão da Misericórdia, esta chega a São Luís do Maranhão, no qual continua com as mesmas práticas e noções caritativas e a proteção feminina, principalmente entre as mulheres pobres e órfãs, que foram consideradas vulneráveis devido a dois fatores tidos tanto em Portugal quanto no Brasil: 1. Os perigos da mulher em trabalhar em locais poucos confiáveis, algo que poderia comprometer sua virgindade e 2. Os perigos da prostituição, notadamente entre aquelas moças que se encontravam em situação de pobreza.
Dessa forma, para assegurar que essas moças sigam o que foi a tempos imposto, isto é, o ideal de mulher casada, o dote se constituiu como um fim que justificou os meios na medida que oferecer um dote, principalmente em dinheiro, tornaria a jovem mais atrativa ao sexo masculino. Ao dotar moças, a Misericórdia assegurava o destino para o feminino o seu caminho ideal, seguindo os pensamentos da época.

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Igor Santos Carneiro
Igor Santos Carneiro
2 anos atrás

Parabéns pelo trabalho!
Gostaria de saber quais foram as principais dificuldades ao lidar com as fontes documentais sobre dote e Santa Casa de Misericórdia?

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Ana Caroline Silva Caldas
Ana Caroline Silva Caldas
Responder para  Igor Santos Carneiro
2 anos atrás

Obrigada!
Nota-se que na historiografia portuguesa, há rica informações sobre a Santa Casa de Misericórdia e prática dotal, com publicações significativas de livros e artigos, bem como farta documentação em acervos.
No Brasil, os estudos sobre que analisaram a prática dotal na sociedade brasileira surgiram a partir da década de 1970, como resultado de novas linhas de pesquisa acerca da família, sistema de casamentos e regime de transmissão de bens durante o período colonial e século XIX. A possibilidade no estudo dessas novas temáticas foram possíveis graças às análises de documentações pouco exploradas, como os testamentos, inventários, livros de batismo, óbitos e casamentos.
No que concerne aos estudos sobre a prática dotal na Santa Casa de Misericórdia, temos o trabalho pioneiro Laima Mesgravis sobre a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (1976). No Maranhão, o estudo é pouco pesquisado e as dificuldades nas fontes torna um trabalho desafiador, notadamente durante a pandemia ocasionada pelo vírus COVID-19, em que recorri aos acervos digitais, que proporcionou à pesquisa uma significativa quantidade de fontes documentais sobre o dote e Santa Casa, encontrados nos jornais do período Oitocentista, possibilitando o mapeamento de periódicos, o qual encontramos principalmente no jornal Publicador Maranhense significativas informações.
Vale ressaltar que, a documentação sobre a Misericórdia do Maranhão se inicia a partir da década de 1770, pois anterior ao período, houve considerável perda da documentação.

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Iasmin Carvalho F Doroth
Iasmin Carvalho F Doroth
2 anos atrás

Sua pesquisa é muito interessante, Ana. Dentre as dificuldades apontadas para o casamento entra órfãs e pobres na Santa Casa, a beleza foi um fato de peso?

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Ana Caroline Silva Caldas
Ana Caroline Silva Caldas
Responder para  Iasmin Carvalho F Doroth
2 anos atrás

Obrigada!
No imaginário da época, amplamente divulgado nos jornais, a beleza exerceu considerável influência e estabeleceu dois dilemas: de um lado a maior chance de casar, caso a mulher carregasse uma beleza exuberante, e do outro, a quantia do dote definiria se valeria o “esforço” em se casar.
No decorrer da pesquisa, encontramos nos jornais diversos fragmentos que apontam para a beleza e dote, estabelecendo o ideal para que a mulher conseguisse contrair o matrimônio, devendo ser bela e dispor de um dote com quantia significativa.
Em Portugal, as Misericórdias também notaram a beleza em favor da dotada, no qual uma das etapas para a dotação foram avaliações físicas nas candidatas ao dote, pois segundo o imaginário, a maior beleza feminina poderia levar a luxúria, algo considerado um pecado diante da Igreja Católica.
Portanto, em São Luís do Maranhão, os mesmos preceitos foram seguidos no tocante a beleza da mulher, tornando-se um dos fatores para a baixa de casamentos durante o século XIX realizados pela Santa Casa de Misericórdia do Maranhão, destinando as dotadas a reclusão na Casa dos Expostos por longos períodos ou sua saída para o trabalho.

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Rayemerson Pedro Silva dos Santos
Rayemerson Pedro Silva dos Santos
2 anos atrás

Parabéns pelo trabalho desenvolvido!
Qual era o destino das moças acolhidas pela Santa Casa de Misericórdia que não conseguissem companheiros para concretizar os laços matrimoniais?

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Ana Caroline Silva Caldas
Ana Caroline Silva Caldas
Responder para  Rayemerson Pedro Silva dos Santos
2 anos atrás

Obrigada!

Na Santa Casa de Misericórdia do Maranhão, aquelas que não conseguissem se casar foram designadas a costurar nos hospitais da irmandade, uma vez que a educação às moças baseava-se no ensino de trabalhos domésticos, como a costura. O trabalho exclusivamente nos hospitais considera-se, nas análises, uma prática anterior a 1860. Após a década citada, a Misericórdia considerou essas jovens um acréscimo as despesas da irmandade, alegando dificuldades financeiras na proteção do feminino. Dessa forma, com a comissão estabelecida para decidir o futuro destas moças, elas tiveram dois destinos: aquelas com parentes vivos deveriam voltar para sua tutela e as moças que não estivessem pais ou responsáveis foram destinadas a trabalharem nas ditas “casas de família”.
O contraste da medida tomada pela Mesa, encarregada de decisões administrativas, refletiu com a crise maranhense na segunda metade do século XIX, abatendo a Misericórdia devido a diminuição nas doações e legados, algo que comprometeu a Casa dos Expostos e demais estabelecimentos da Instituição.
É digno de nota que, em Portugal a prática dotal realizada pelas Santas Casas ocorria locais como a igreja, o qual as moças realizavam sua candidatura e aguardavam o pretendente para se casarem, pois ao longo da história das Misericórdias, não foram todas que ergueram recolhimentos e casas para resguardar o feminino. Caso não conseguissem se casar nestes locais, as mulheres estiveram a mercê da própria sorte.
Em São Luís, a Misericórdia prestou auxílio às jovens com o acolhimento e proteção, destinando ao sexo feminino, notadamente na segunda metade do século XIX, alternativas que resultaram na mão de obra feminina e a possibilidade do casamento.

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Last edited 2 anos atrás by Ana Caroline Silva Caldas
Veronica Lima de Amorim Matos
Veronica Lima de Amorim Matos
2 anos atrás

Parabéns, Ana. Excelente trabalho.
Gostaria de saber se discursos propagados nos jornais em relação as moças, demarcavam estereótipos sobre elas? Se sim, quais?

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Ana Caroline Silva Caldas
Ana Caroline Silva Caldas
Responder para  Veronica Lima de Amorim Matos
2 anos atrás

Obrigada.

Nos jornais analisados, ao longo do século XIX os fragmentos demarcavam tipos de “padrões” às mulheres, a saber, uma mulher bela que detivesse determinadas características, como cabelos lisos e longos, voz lírica, corpo que chamasse a atenção, ao contrário das mulheres “modestas”, consideradas magras demais ou que não chamavam a atenção por onde passavam.
Encontramos vários fragmentos com histórias sobre a beleza feminina no jornal Publicador Maranhense, disponibilizado na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional Digital (BNDigital), que estabelecem a beleza como fator de peso, principalmente para o casamento, devendo a mulher bela também ter um significativo dote, elevando seu status para uma “mulher ideal” para o sexo oposto.
Portanto, são estabelecidos estereótipos entre as mulheres acerca do corpo, que garantiriam à elas delimitações e obstáculos na esfera matrimonial, sendo uma das hipóteses para a baixa de casamento entre as moças expostas.

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Antonio Michael Alves de Sousa
Antonio Michael Alves de Sousa
2 anos atrás

Boa tarde, ótimo trabalho. Parabéns pela pesquisa.

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Letras
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Ana Caroline Silva Caldas
Ana Caroline Silva Caldas
Responder para  Antonio Michael Alves de Sousa
2 anos atrás

Boa noite. Obrigada!

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