Prezado André e Prof. Fábio,
Parabéns sobre a interessante pesquisa sobre os blocos de carnaval em São Luís.
As minhas perguntas são as seguintes:
Gostaria que detalhasse mais sobre as fontes da pesquisa. Que jornais foram utilizados? Como eles trataram dos blocos de carnaval tradicional ao longo do tempo?
Gostaria que falasse mais acerca dos entrevistados. Quem foram eles? Qual a sua importância para a pesquisa.
Peço que explique mais sobre as mutações nas formas de gestão e consumo que ocorreram na festa momesca na década de 70 e 80.
Olá, obrigado pelas perguntas.
Acerca das fontes, os jornais digitalizados utilizados, disponíveis no site da Hemeroteca Digital, foram: Diário do Maranhão (MA), de 1855 a 1911; Pacotilha (MA), de 1910 a 1938; O Jornal (MA), de 1916 a 1923 e Diário de São Luís (MA), de 1920 a 1949. Os jornais pesquisados na Biblioteca Pública Benedito Leite, foram: O Imparcial (MA), de 1929 a 1985 e Pacotilha: O Globo (MA), de 1949 a 1962.
Esses periódicos construíram e reconstruíram discursos sobre o carnaval de São Luís com certa frequência, ora apontando esse, ora aquele como melhor ambiente de vivencia do nosso folguedo, legitimando determinadas manifestações e deslegitimando outras. Acerca dos blocos tradicionais eles ganham maior relevância nos jornais nas décadas de 50 e 60, em um momento de crise na cidade, refletindo no aumento do custo de vida e na própria disposição e possibilidades dos populares de brincarem o carnaval, nesse momento os blocos são postos como salvaguarda da animação do carnaval de rua de São Luís. Já na segunda metade da década de 70, com o carnaval oficial da prefeitura, eles chegam a receber críticas por não entusiasmarem tanto o público na passarela, enquanto na década de 80, junto com as críticas a carioquização e institucionalização do nosso folguedo, voltam a serem elogiados, em especial por ser uma manifestação genuinamente nossa, sendo denunciado inclusive o perigo das modificações que estes estariam sofrendo. Então, percebe-se como os discursos acerca dos blocos presentes nos periódicos vão se modificando a partir de cada período e seu contexto.
Quanto as entrevistas elas acabaram sendo prejudicadas pela pandemia, mas tivemos as importantíssimas entrevistas com o Mestre Paulo Salaia, presidente, proprietário e mestre de bateria do Bloco Tradicional Os Feras e com Silvana Fontenele, proprietária e atual tesoureira do Bloco Tradicional Os Brasinhas. Ambas enriquecedoras para nossa pesquisa por nos trazer o olhar daqueles que realmente vivenciam os blocos tradicionais, não só nos esclarecendo sobre a história dessas manifestações, mas também sobre o presente, sua organização e dinâmicas internas e seus anseios quanto as dificuldades enfrentadas para se fazer cultura no Maranhão.
As décadas de 70 e 80 marcam a institucionalizando do nosso carnaval com vistas ao turismo e a comercialização da festa momesca. Com isso crescem as regras e determinações a serem seguidas pelas nossas manifestações e pelos foliões em geral, modificando-se as formas de se vivenciar e se praticar o nosso folguedo. Com um circuito oficial havia lugar certo, hora certa e normas de padronização a se seguir, concentrando também a festa em determinados pontos nos quais os foliões deveriam ir se quisessem apreciar nossas brincadeiras. Com esse controle o estado acaba por limitar a espontaneidade que era característica do folguedo carnavalesco em nossa cidade.
Curso
História Licenciatura
Você é o Orientador desta pesquisa?
Não
José Pedro da Conceição Barros
2 anos atrás
Parabéns pelo belo trabalho André e prof. Fábio! Muito interessante essa temática sobre o carnaval ludovicense, com suas transformações, e o papel dos blocos tradicionais que se fazem presentes nas comemorações desse nosso folguedo.
Olá, obrigado pela pergunta.
Ao apurarmos a bibliografia disponível acerca do nosso carnaval, ou propriamente dos blocos tradicionais, e as entrevistas realizadas, observamos que a sua cadência mais lenta em compasso binário; os seus tambores grandes (também chamados de contratempos que, em boa parte, são os responsáveis pela batida ritmada); sua coreografia peculiar e seus figurinos luxuosos (esses principalmente a partir das décadas de 70 e 80, quando as indumentárias ganham caráter de luxo e ostentação), são recorrentemente apontados como sendo seus pontos mais característicos.
Curso
História Licenciatura
Você é o Orientador desta pesquisa?
Não
Antonio Michael Alves de Sousa
2 anos atrás
Boa tarde, ótimo trabalho. Parabéns pela pesquisa.
Prezado André e Prof. Fábio,
Parabéns sobre a interessante pesquisa sobre os blocos de carnaval em São Luís.
As minhas perguntas são as seguintes:
Olá, obrigado pelas perguntas.
Acerca das fontes, os jornais digitalizados utilizados, disponíveis no site da Hemeroteca Digital, foram: Diário do Maranhão (MA), de 1855 a 1911; Pacotilha (MA), de 1910 a 1938; O Jornal (MA), de 1916 a 1923 e Diário de São Luís (MA), de 1920 a 1949. Os jornais pesquisados na Biblioteca Pública Benedito Leite, foram: O Imparcial (MA), de 1929 a 1985 e Pacotilha: O Globo (MA), de 1949 a 1962.
Esses periódicos construíram e reconstruíram discursos sobre o carnaval de São Luís com certa frequência, ora apontando esse, ora aquele como melhor ambiente de vivencia do nosso folguedo, legitimando determinadas manifestações e deslegitimando outras. Acerca dos blocos tradicionais eles ganham maior relevância nos jornais nas décadas de 50 e 60, em um momento de crise na cidade, refletindo no aumento do custo de vida e na própria disposição e possibilidades dos populares de brincarem o carnaval, nesse momento os blocos são postos como salvaguarda da animação do carnaval de rua de São Luís. Já na segunda metade da década de 70, com o carnaval oficial da prefeitura, eles chegam a receber críticas por não entusiasmarem tanto o público na passarela, enquanto na década de 80, junto com as críticas a carioquização e institucionalização do nosso folguedo, voltam a serem elogiados, em especial por ser uma manifestação genuinamente nossa, sendo denunciado inclusive o perigo das modificações que estes estariam sofrendo. Então, percebe-se como os discursos acerca dos blocos presentes nos periódicos vão se modificando a partir de cada período e seu contexto.
Quanto as entrevistas elas acabaram sendo prejudicadas pela pandemia, mas tivemos as importantíssimas entrevistas com o Mestre Paulo Salaia, presidente, proprietário e mestre de bateria do Bloco Tradicional Os Feras e com Silvana Fontenele, proprietária e atual tesoureira do Bloco Tradicional Os Brasinhas. Ambas enriquecedoras para nossa pesquisa por nos trazer o olhar daqueles que realmente vivenciam os blocos tradicionais, não só nos esclarecendo sobre a história dessas manifestações, mas também sobre o presente, sua organização e dinâmicas internas e seus anseios quanto as dificuldades enfrentadas para se fazer cultura no Maranhão.
As décadas de 70 e 80 marcam a institucionalizando do nosso carnaval com vistas ao turismo e a comercialização da festa momesca. Com isso crescem as regras e determinações a serem seguidas pelas nossas manifestações e pelos foliões em geral, modificando-se as formas de se vivenciar e se praticar o nosso folguedo. Com um circuito oficial havia lugar certo, hora certa e normas de padronização a se seguir, concentrando também a festa em determinados pontos nos quais os foliões deveriam ir se quisessem apreciar nossas brincadeiras. Com esse controle o estado acaba por limitar a espontaneidade que era característica do folguedo carnavalesco em nossa cidade.
Parabéns pelo belo trabalho André e prof. Fábio! Muito interessante essa temática sobre o carnaval ludovicense, com suas transformações, e o papel dos blocos tradicionais que se fazem presentes nas comemorações desse nosso folguedo.
Olá, agradeço pelo comentário.
Excelente trabalho !
Gostaria de Saber, quais são as principais características desses blocos tradicionais?
Olá, obrigado pela pergunta.
Ao apurarmos a bibliografia disponível acerca do nosso carnaval, ou propriamente dos blocos tradicionais, e as entrevistas realizadas, observamos que a sua cadência mais lenta em compasso binário; os seus tambores grandes (também chamados de contratempos que, em boa parte, são os responsáveis pela batida ritmada); sua coreografia peculiar e seus figurinos luxuosos (esses principalmente a partir das décadas de 70 e 80, quando as indumentárias ganham caráter de luxo e ostentação), são recorrentemente apontados como sendo seus pontos mais característicos.
Boa tarde, ótimo trabalho. Parabéns pela pesquisa.
Olá, agradeço pelo comentário.