Obrigado, David Mendonça, O Espírito se reconhece como Espírito quando a comunidade religiosa entende que não a oposição entre realidade-essencial e o homem. Primeiramente, o homem diviniza o outro, entendendo esse outro como diferente de si, De acordo com Alexandre Kojève, “Toda filosofia pré-hegeliana era nesse sentido, uma filosofia do Bewusstsein, que estudava e revelava, de um lado, o sujeito oposto ao objeto, o indivíduo humano oposto ao mundo natural,e, de outro lado, o objeto autônomo, exterior ao sujeito” (Kojève, 2002, p. 192) Através da religião o Espírito reconhece que não existe essa distinção entre homem e realidade-essencial.
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Filsofia
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Vanessa Regina Silva Cruz
2 anos atrás
Parabéns pelo trabalho! Pesquisa feita com bastante seriedade.
Olá Brendon, parabéns pela pesquisa. O seu texto dá a entender que o desenvolvimento histórico narrado por Hegel não é mero desenvolvimento (em um sentido descritivo), mas evolução (em um sentido normativo). Talvez seja pelo termo “avanço” que se repete diversas vezes na sua escrita. O problema que vejo é que tal interpretação abre brecha para que Hegel seja tachado de etnocêntrico pois, me parece, teríamos que dizer que a religião cristã seria mais evoluída (em um sentido normativo) que religiões pré-cristãs. Você concorda com isso? Como sair desse problema?
Obrigado, Leonardo Ruivo. Sobre a questão da religião cristã ser mais evoluída do que as religiões pré-cristãs em um sentido normativo, concordo que sim, pois o quando falo “avanço” quero dar a entender que estou falando de progresso, de amadurecimento e evolução, pois o avançar está dentro do movimento do espírito. A consciência religiosa cristã é autoconsciência desse processo porque se reconhece como participante do movimento do espírito absoluto. O problema da Religião é que ela não dá conta que precisa avançar na medida em que é prisioneira daquilo que ela se acha, ao acreditar que só isso basta:a tarefa de representar Deus no mundo. Daí, ela precisa avançar para uma dimensão do Absoluto, compreendido como conceito, ou melhor, a salvação da religião se constitui por uma filosofia da religião. Quando uso a palavra “avanço” estou me referindo a esse progresso do espírito descrito dentro da religião, pois no que se propõe a explicar na religião, Hegel entende sim, esse avanço dentro das religiões, acredito que para sair dessa questão de Hegel ser tachado de etnocêntrico, defendo que a própria religião cristã se configura como insuficiente, pois ocorre no âmbito da representação. Portanto, mesmo que a religião avance em todo o seu movimento ela ainda não atingiu o conceito.
Brendon, obrigado pela resposta. Mas talvez seja importante delinear em que medida essa interpretação não tem como consequência dizer que Hegel apresentava argumentos que justificassem (defendessem) a intolerância religiosa.
Parabés, Brendo, pela sua pesquisa. Gostaria de saber o seguinte: como o “espírito” se reconhece a si mesmo dentro dessa ideia hegeliana?
Obrigado, David Mendonça, O Espírito se reconhece como Espírito quando a comunidade religiosa entende que não a oposição entre realidade-essencial e o homem. Primeiramente, o homem diviniza o outro, entendendo esse outro como diferente de si, De acordo com Alexandre Kojève, “Toda filosofia pré-hegeliana era nesse sentido, uma filosofia do Bewusstsein, que estudava e revelava, de um lado, o sujeito oposto ao objeto, o indivíduo humano oposto ao mundo natural,e, de outro lado, o objeto autônomo, exterior ao sujeito” (Kojève, 2002, p. 192) Através da religião o Espírito reconhece que não existe essa distinção entre homem e realidade-essencial.
Parabéns pelo trabalho! Pesquisa feita com bastante seriedade.
Obrigado, Vanessa Regina!
Olá Brendon, parabéns pela pesquisa. O seu texto dá a entender que o desenvolvimento histórico narrado por Hegel não é mero desenvolvimento (em um sentido descritivo), mas evolução (em um sentido normativo). Talvez seja pelo termo “avanço” que se repete diversas vezes na sua escrita. O problema que vejo é que tal interpretação abre brecha para que Hegel seja tachado de etnocêntrico pois, me parece, teríamos que dizer que a religião cristã seria mais evoluída (em um sentido normativo) que religiões pré-cristãs. Você concorda com isso? Como sair desse problema?
Obrigado, Leonardo Ruivo. Sobre a questão da religião cristã ser mais evoluída do que as religiões pré-cristãs em um sentido normativo, concordo que sim, pois o quando falo “avanço” quero dar a entender que estou falando de progresso, de amadurecimento e evolução, pois o avançar está dentro do movimento do espírito. A consciência religiosa cristã é autoconsciência desse processo porque se reconhece como participante do movimento do espírito absoluto. O problema da Religião é que ela não dá conta que precisa avançar na medida em que é prisioneira daquilo que ela se acha, ao acreditar que só isso basta:a tarefa de representar Deus no mundo. Daí, ela precisa avançar para uma dimensão do Absoluto, compreendido como conceito, ou melhor, a salvação da religião se constitui por uma filosofia da religião. Quando uso a palavra “avanço” estou me referindo a esse progresso do espírito descrito dentro da religião, pois no que se propõe a explicar na religião, Hegel entende sim, esse avanço dentro das religiões, acredito que para sair dessa questão de Hegel ser tachado de etnocêntrico, defendo que a própria religião cristã se configura como insuficiente, pois ocorre no âmbito da representação. Portanto, mesmo que a religião avance em todo o seu movimento ela ainda não atingiu o conceito.
Brendon, obrigado pela resposta. Mas talvez seja importante delinear em que medida essa interpretação não tem como consequência dizer que Hegel apresentava argumentos que justificassem (defendessem) a intolerância religiosa.