A principal dificuldade que encontrei foi no momento da aplicação das entrevistas semiestruturadas, tendo em vista o contexto da pandemia o qual estamos atualmente. Por conta das medidas sanitárias de proteção contra a COVID-19 que priorizamos durante as visitas à COOPVILA, selecionamos horários estratégicos que respeitassem o expediente dessas mulheres, para assim, poder realizar as anotações de campo e entrevistá-las em conformidade.
Curso
Ciências Sociais
HELCIANE DE FATIMA ABREU ARAUJO
2 anos atrás
Boa noite, Bruna. Seu trabalho é muito interessante e me despertou interesse em saber quem são as mulheres que compoem a COOPVILA, de onde elas vêm, o que elas faziam antes e como chegaram até a cooperativa.
As mulheres da cooperativa possuem um histórico bem semelhante. A partir das entrevistas semiestruturadas que tive a oportunidade de aplicar entre elas, observei que a maioria trabalhava em casas de família ou estavam desempregadas. Muitas são chefes de família e principais gestoras da renda de suas casas. Apesar dessa escassa experiência, em sua maioria as entrevistadas afirmaram não ter tido tantas dificuldades em aprender os trabalhos realizados na COOPVILA, e uma das principais justificativas foi a chance que tiveram em participar de cursos oferecidos pelo SEBRAE, além da cooperação partilhada no ambiente de trabalho entre elas. Muitas dessas mulheres já viviam na comunidade da Vila Maranhão, e começaram a trabalhar na cooperativa por meio de outras pessoas ou já trabalhavam no aterro onde a VALE descartava resíduos de madeira.
Curso
Ciências Sociais
Marivania Leonor Souza Furtado
2 anos atrás
Olá, Bruna! Parabéns pela realização do trabalho.
Gostaria de apontar como sugestão uma reflexão sobre o impacto da Vale nas condições de autonomia das comunidades e essa dependência contraditória dos materiais “doados” por essa mineradora para a composição da renda de mulheres inseridas nessas comunidades.
A relação de parceria entre a COOPVILA e a VALE ainda vale muitas reflexões e debates, por isso, estarei trabalhando nessa sugestão a partir do meu novo plano de trabalho, cuja pesquisa já está em andamento. A proposta é justamente analisar esses relações institucionais, além do impacto dessa parceria nas condições de produção e protagonismo dessas mulheres no desenvolvimento local sustentável.
Curso
Ciências Sociais
PATRICIA MARIA PORTELA NUNES
2 anos atrás
Boa tarde, Bruna!! Parabéns a vc e a sua orientadora pela pesquisa desenvolvida sobre as relações de poder que envolvem uma associação constituída por mulheres, uma empresa mineradora e politicas oficiais de desenvolvimento tido como sustentável.
A iniciativa de criação da COOPVILA é bastante intrigante e suscita perguntas sobre o protagonismo das ações: quem são as mulheres da Vila Maranhão que participam e tiveram a iniciativa de criar tal cooperativa? Tal iniciativa foi das próprias mulheres ou esteve referida a algum tipo de plano ou projeto institucional? Pode ter sido fomentada pela VALE? Durante a pesquisa o que foi possível observar a respeito da relação da COOPVILA com a VALE?
A COOPVILA surgiu a partir do avanço de algumas mulheres e homens que trabalhavam em um aterro onde a VALE descartava resíduos de construção (em sua maioria a madeira). A partir do reaproveitamento desses materiais, surgiu a ideia do projeto, o qual a empresa daria assistência para a cooperativa buscar meios de construir o galpão de trabalho, a implementação do forno ecológico, além das máquinas (essas foram as intervenções da VALE na COOPVILA, além das madeiras fornecidas por eles até os dias atuais).
Vale destacar que todas essas informações foram adquiridas através das entrevistas semiestruturadas aplicadas com as mulheres da cooperativa.
Assim, a COOPVILA foi criada com a intenção de formalizar o trabalho dessas mulheres, além de lhes garantir uma fonte de renda sustentável garantida por ações em comunidade (sendo distribuídas igualmente para cada trabalhador e trabalhadora).
A partir das informações coletadas pelo inventário sociodemográfico e as entrevistas, pude perceber que a maioria das mulheres são, além de atuarem na cooperativa, donas de casa e chefes de família. A maioria delas trabalhava em casas de família ou estavam desempregadas antes de chegar à cooperativa. As fundadoras foram as principais responsáveis por facilitar o ingresso de mais trabalhadores e trabalhadoras a COOPVILA.
Analisando as respostas que obtive através dos instrumentos da pesquisa, muitas mulheres afirmam que, atualmente, a parceria com a mineradora se resume a entrega somente de madeira (pallets). Algumas afirmam que a parceria é muito benéfica, já outras apontam que a relação institucional poderia ser melhor, pois acham que a empresa descarrega seu próprio “lixo” para as trabalhadoras se “virarem e sobreviverem”.
Apesar de todos esse apontamentos, esses debates ainda podem ser alvo de muita pesquisa, por isso, no meu novo plano de trabalho, estarei priorizando o estudo sobre o trabalho dessas mulheres e a relação com empresas institucionalizadas (VALE e SEBRAE), além de refletir sobre como isso influencia no impacto sustentável do trabalho da cooperativa.
Quais as reais dificuldades encontradas na coleta de dados e impressões das vivências e contexto da pesquisa?
Parabéns Bruna!
Obrigada profª Neuzeli!
A principal dificuldade que encontrei foi no momento da aplicação das entrevistas semiestruturadas, tendo em vista o contexto da pandemia o qual estamos atualmente. Por conta das medidas sanitárias de proteção contra a COVID-19 que priorizamos durante as visitas à COOPVILA, selecionamos horários estratégicos que respeitassem o expediente dessas mulheres, para assim, poder realizar as anotações de campo e entrevistá-las em conformidade.
Boa noite, Bruna. Seu trabalho é muito interessante e me despertou interesse em saber quem são as mulheres que compoem a COOPVILA, de onde elas vêm, o que elas faziam antes e como chegaram até a cooperativa.
Muito obrigada pela sua pergunta profª Helciane!
As mulheres da cooperativa possuem um histórico bem semelhante. A partir das entrevistas semiestruturadas que tive a oportunidade de aplicar entre elas, observei que a maioria trabalhava em casas de família ou estavam desempregadas. Muitas são chefes de família e principais gestoras da renda de suas casas. Apesar dessa escassa experiência, em sua maioria as entrevistadas afirmaram não ter tido tantas dificuldades em aprender os trabalhos realizados na COOPVILA, e uma das principais justificativas foi a chance que tiveram em participar de cursos oferecidos pelo SEBRAE, além da cooperação partilhada no ambiente de trabalho entre elas. Muitas dessas mulheres já viviam na comunidade da Vila Maranhão, e começaram a trabalhar na cooperativa por meio de outras pessoas ou já trabalhavam no aterro onde a VALE descartava resíduos de madeira.
Olá, Bruna! Parabéns pela realização do trabalho.
Gostaria de apontar como sugestão uma reflexão sobre o impacto da Vale nas condições de autonomia das comunidades e essa dependência contraditória dos materiais “doados” por essa mineradora para a composição da renda de mulheres inseridas nessas comunidades.
Obrigada profª Marivânia pela excelente proposta!
A relação de parceria entre a COOPVILA e a VALE ainda vale muitas reflexões e debates, por isso, estarei trabalhando nessa sugestão a partir do meu novo plano de trabalho, cuja pesquisa já está em andamento. A proposta é justamente analisar esses relações institucionais, além do impacto dessa parceria nas condições de produção e protagonismo dessas mulheres no desenvolvimento local sustentável.
Boa tarde, Bruna!! Parabéns a vc e a sua orientadora pela pesquisa desenvolvida sobre as relações de poder que envolvem uma associação constituída por mulheres, uma empresa mineradora e politicas oficiais de desenvolvimento tido como sustentável.
A iniciativa de criação da COOPVILA é bastante intrigante e suscita perguntas sobre o protagonismo das ações: quem são as mulheres da Vila Maranhão que participam e tiveram a iniciativa de criar tal cooperativa? Tal iniciativa foi das próprias mulheres ou esteve referida a algum tipo de plano ou projeto institucional? Pode ter sido fomentada pela VALE? Durante a pesquisa o que foi possível observar a respeito da relação da COOPVILA com a VALE?
Obrigada pelo comentário profª Patrícia!
A COOPVILA surgiu a partir do avanço de algumas mulheres e homens que trabalhavam em um aterro onde a VALE descartava resíduos de construção (em sua maioria a madeira). A partir do reaproveitamento desses materiais, surgiu a ideia do projeto, o qual a empresa daria assistência para a cooperativa buscar meios de construir o galpão de trabalho, a implementação do forno ecológico, além das máquinas (essas foram as intervenções da VALE na COOPVILA, além das madeiras fornecidas por eles até os dias atuais).
Vale destacar que todas essas informações foram adquiridas através das entrevistas semiestruturadas aplicadas com as mulheres da cooperativa.
Assim, a COOPVILA foi criada com a intenção de formalizar o trabalho dessas mulheres, além de lhes garantir uma fonte de renda sustentável garantida por ações em comunidade (sendo distribuídas igualmente para cada trabalhador e trabalhadora).
A partir das informações coletadas pelo inventário sociodemográfico e as entrevistas, pude perceber que a maioria das mulheres são, além de atuarem na cooperativa, donas de casa e chefes de família. A maioria delas trabalhava em casas de família ou estavam desempregadas antes de chegar à cooperativa. As fundadoras foram as principais responsáveis por facilitar o ingresso de mais trabalhadores e trabalhadoras a COOPVILA.
Analisando as respostas que obtive através dos instrumentos da pesquisa, muitas mulheres afirmam que, atualmente, a parceria com a mineradora se resume a entrega somente de madeira (pallets). Algumas afirmam que a parceria é muito benéfica, já outras apontam que a relação institucional poderia ser melhor, pois acham que a empresa descarrega seu próprio “lixo” para as trabalhadoras se “virarem e sobreviverem”.
Apesar de todos esse apontamentos, esses debates ainda podem ser alvo de muita pesquisa, por isso, no meu novo plano de trabalho, estarei priorizando o estudo sobre o trabalho dessas mulheres e a relação com empresas institucionalizadas (VALE e SEBRAE), além de refletir sobre como isso influencia no impacto sustentável do trabalho da cooperativa.