O instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE) divulgou recentemente a pesquisa sobre insegurança alimentar, no Maranhão 60% da população está em situação de IA. O próprio IMESC também confirmou esses números.
Entretanto, esses números trazem uma visão macro sobre o assunto. O seu trabalho apresenta um “raio-x” bem detalhado da realidade quilombola do Maranhão referente a IA das crianças.
Baseado nisso, gostaria que você comentasse de acordo com os resultados da sua pesquisa, como essa comunidade está se organizando para cobrar ações mais efetivas do Estado visando essa garantia de alimentação. Ou eles exercem um papel mais ” passivo” nesse contexto? Ficando em inércia e esperando ações pontuais do terceiro setor e entidades religiosas?
Antes de tudo, obrigado pelo comentário. Eu não diria que a população quilombola da localidade tem uma reação passiva no que tange a insegurança alimentar, sobretudo porque se trata de uma comunidade com tradição de luta pela conquista da terra. As pessoas participam de projetos sociais e tem um nível de engajamento considerável, especialmente na cultura e atividades religiosas, especificamente de matriz afro. O que há na verdade, de resto como em relação ao conjunto da sociedade brasileira, é talvez uma postura de ceticismo em relação às instituições ligadas ao poder público, sem exigir por mais do que programas como o Bolsa-Família (atual Auxílio Brasil).
Curso
Direito
Marivania Leonor Souza Furtado
2 anos atrás
Olá, Davi! Parabéns a vc e sua orientadora pela excelente pesquisa.
PComo sugestão para o o estudo vc poderia apontar a relação da insegurança alimentar com a (im)possibilidade de manutenção das tradições da comunidade, sobretudo os festejos.
Obrigado pelo comentário e pela dica. Em razão da pandemia, não pude participar de festejos da comunidade durante a pesquisa, pois ela se deu durante o período de vigência das regras de distanciamento social, mas fui a uma celebração religiosa e participei de algumas rodas de capoeira, a intensidade da música e o fervor das pessoas é fascinante, testemunho da beleza e riqueza da nossa cultura. De toda forma, é possível perceber no cotidiano do quilombo que a questão da insegurança alimentar afeta tanto a quantidade como a qualidade dos alimentos consumidos, especialmente em relação às crianças de 0 a 5 anos.
Curso
Direito
PATRICIA MARIA PORTELA NUNES
2 anos atrás
Parabéns David, a você e a sua orientadora pela temática de estudo proposta.
O tema referente à segurança alimentar é um tema posto na ordem do dia pelo campo do poder e orienta planos e programas de governo. Gostaria de perguntar se seria possível relacionar a temática da segurança alimentar às ações de intervenção oficiais que se constituem em modalidades de intrusamento no território quilombola reivindicado, a exemplo da duplicação da BR 135, dentre outras. Com isso gostaria de convidá-lo a pensar como as políticas de segurança alimentar podem lograr êxito sem o reconhecimento efetivo dos pleitos e reivindicações políticas dos quilombolas de Santa Maria dos Pretos, notadamente do território reivindicado que assegura a autonomia produtiva às famílias.
Muito obrigado pelo comentário. As duas comunidades estudadas dentro do Território Quilombola de Santa Maria dos Pretos foram os quilombos de Santa Joana e Santa Maria, localizadas em pontos mais distantes da BR 135, por isso não foi possível abordar a questão. De toda forma, mesmo sem estar inclusa no escopo do trabalho, a título de observação pessoal, posso acrescentar que, durante à viagem até à comunidade, foi possível perceber que a obra impactou negativamente as comunidades que ficam próximas da rodovia federal, na medidade em que a implementação da obra não passou pelo necessário diálogo prévio com a população afetada para minimizar os transtornos causados, como já denunciado pelas próprias comunidades. Só esse tópico seria um excelente tema para uma outra pesquisa.
O instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE) divulgou recentemente a pesquisa sobre insegurança alimentar, no Maranhão 60% da população está em situação de IA. O próprio IMESC também confirmou esses números.
Entretanto, esses números trazem uma visão macro sobre o assunto. O seu trabalho apresenta um “raio-x” bem detalhado da realidade quilombola do Maranhão referente a IA das crianças.
Baseado nisso, gostaria que você comentasse de acordo com os resultados da sua pesquisa, como essa comunidade está se organizando para cobrar ações mais efetivas do Estado visando essa garantia de alimentação. Ou eles exercem um papel mais ” passivo” nesse contexto? Ficando em inércia e esperando ações pontuais do terceiro setor e entidades religiosas?
Parabéns pela pesquisa, David!
Antes de tudo, obrigado pelo comentário. Eu não diria que a população quilombola da localidade tem uma reação passiva no que tange a insegurança alimentar, sobretudo porque se trata de uma comunidade com tradição de luta pela conquista da terra. As pessoas participam de projetos sociais e tem um nível de engajamento considerável, especialmente na cultura e atividades religiosas, especificamente de matriz afro. O que há na verdade, de resto como em relação ao conjunto da sociedade brasileira, é talvez uma postura de ceticismo em relação às instituições ligadas ao poder público, sem exigir por mais do que programas como o Bolsa-Família (atual Auxílio Brasil).
Olá, Davi! Parabéns a vc e sua orientadora pela excelente pesquisa.
PComo sugestão para o o estudo vc poderia apontar a relação da insegurança alimentar com a (im)possibilidade de manutenção das tradições da comunidade, sobretudo os festejos.
Obrigado pelo comentário e pela dica. Em razão da pandemia, não pude participar de festejos da comunidade durante a pesquisa, pois ela se deu durante o período de vigência das regras de distanciamento social, mas fui a uma celebração religiosa e participei de algumas rodas de capoeira, a intensidade da música e o fervor das pessoas é fascinante, testemunho da beleza e riqueza da nossa cultura. De toda forma, é possível perceber no cotidiano do quilombo que a questão da insegurança alimentar afeta tanto a quantidade como a qualidade dos alimentos consumidos, especialmente em relação às crianças de 0 a 5 anos.
Parabéns David, a você e a sua orientadora pela temática de estudo proposta.
O tema referente à segurança alimentar é um tema posto na ordem do dia pelo campo do poder e orienta planos e programas de governo. Gostaria de perguntar se seria possível relacionar a temática da segurança alimentar às ações de intervenção oficiais que se constituem em modalidades de intrusamento no território quilombola reivindicado, a exemplo da duplicação da BR 135, dentre outras. Com isso gostaria de convidá-lo a pensar como as políticas de segurança alimentar podem lograr êxito sem o reconhecimento efetivo dos pleitos e reivindicações políticas dos quilombolas de Santa Maria dos Pretos, notadamente do território reivindicado que assegura a autonomia produtiva às famílias.
Muito obrigado pelo comentário. As duas comunidades estudadas dentro do Território Quilombola de Santa Maria dos Pretos foram os quilombos de Santa Joana e Santa Maria, localizadas em pontos mais distantes da BR 135, por isso não foi possível abordar a questão. De toda forma, mesmo sem estar inclusa no escopo do trabalho, a título de observação pessoal, posso acrescentar que, durante à viagem até à comunidade, foi possível perceber que a obra impactou negativamente as comunidades que ficam próximas da rodovia federal, na medidade em que a implementação da obra não passou pelo necessário diálogo prévio com a população afetada para minimizar os transtornos causados, como já denunciado pelas próprias comunidades. Só esse tópico seria um excelente tema para uma outra pesquisa.