Muito agradecido prof(a) Júlia. Essa foi justamente a nossa proposta, em grande medida por conta da nossa afirmação enquanto área da história que também influência o território brasileiro, e que pode ser trabalhada de modo mais dinâmico e prazeroso para os estudantes. Não ensinar somente a Idade Média de maneira monótona.

Olá professor Fábio, agradeço a pergunta. Penso, que o Rei Arthur nos serve no sentido de estreitarmos as relações entre mito e história, na questão de ser parte de um símbolo, não ser somente um comandante ou rei bretão, mas mesmo não tendo prova definitiva de sua existência, demonstrar como a composição de tal mito influenciou a história, como a exemplo, no século XII, mais uma vez Arthur seria representado e adaptado, mas como um sinônimo de poder para o governo Anglo-normando que estaria em voga em território bretão, sendo assim, um símbolo de força, assim como de resistência, com relação ao poderio francês da época, pois Henrique I, queria que na Bretanha Anglo-normanda houvesse um símbolo tão poderoso e representativo dos anseios sociais, quanto aqueles que existiam na França com relação a figura de Carlos Magno, o soberano mais poderoso a ser representado só poderia ser Arthur. Arthur seria associado também a elementos cristianizados, e nesse sentido, podemos também perceber a importância dessa características, ainda nas primeiras aparições escritas de Arthur, na História dos Bretões datada do ano 800, este já apresenta elementos sagrados, sendo aquele que resistiria de modo mais convincente as expedições dos saxões na Bretanha, empreitadas que historicamente existiram, então a figura litúrgica de Arthur, faria parte da composição literária que enalteceria a força bretã, ainda que apenas de modo imaginário naquele momento. Enfim, podemos perceber que a comunicação com a história vai se estreitando a medida que a representação do mesmo pode ser vinculada ao jogo de interesses, em especial na Idade Média.

Muito agradecido, pela atenção e os elogios Sr. José. Tais aspectos, bem salientados por você, são justamente as características que protagonizam a nossa pesquisa, no sentido de não apenas analisarmos o ensino sobre a medievalidade, como aquele estudo mais monótono, com manuscritos e elementos complexos de serem trabalhados em sala de aula, mas olharmos para além. De modo notório devemos ter a base dos conceitos mais duros de serem trabalhados, mas como educadores, devemos também nos ater a como passar esse conteúdo de maneira mais fácil para a compreensão dos alunos. Como respostas para esse pensamento, resolvemos estabelecer um debate mais próximo da educação e utilização de produtos mais atuais, e que estão no cotidiano de tais estudantes.

Olá Matheus, muito obrigado. Com relação a sociedade medieval, nós podemos citar, de forma mais destacada três características. A primeira e acredito que a mais influente e notória, a questão religiosa, pois desde sua aparição na História dos Bretões (século VII), ele já é vinculado a aspectos religiosos, a exemplo carregando a imagem da Virgem Maria, assim como também combatendo não só os saxões, mas de mesma forma os pagãos. Em segunda instância podemos colocar a figura da cavalaria, em meados do século XI, a cavalaria vai travar batalhas em nome da Igreja, e em parte a cavalaria por fazer, em certa medida, da camada mais baixa da sociedade, sendo apenas mão de obra, vai batalhar também pelos laborarotes (a camada mais baixa), e a Igreja, segundo a mesma, defendia que os mais pobres não deveriam ser explorados de forma extremamente exaustiva e nessa empreitada, a cavalaria que em grande medida defende os ideias da Igreja, lutou ao lado dos clérigos, sendo assim, deixou de ser somente uma camada leiga, e passou a defender os interesses sacramentais, essa união entre a igreja e guerreiros ou cavaleiros, também já teria sido incorporada em Arthur. E o terceiro aspecto que podemos situar com relação ao mito na Idade Média é a própria figura real, pois Arthur irá transmutar-se no século XII, em rei, antes um figura relacionada aos guerreiros ou cavaleiros, e na História dos Reis da Bretanha (1130-1136), participa ativamente da linhagem real, sendo um rei poderoso, quase invencível, e muito próspero para o reino da Bretanha, assim como também combatia os pagãos. No entanto ao observamos essa obra, analisamos que, tal produção foi feito por encomenda sobre a ótica de enaltecer o povo bretão, e em mesma medida, emancipar a glória do reinado Anglo-normando que vigorava naquele momento, sendo Arthur o maior expoente literário de tal representação.

Olá Deyziane, muito obrigado, agradeço também a pergunta. Com relação ao imaginário medieval, podemos perceber sua importância em alguns elementos na Idade Media, vamos nos basear em três desses aspectos. Primeiro a resistência, Arthur seria tanto para as camadas mais altas como também para as pessoas de menor porte financeiro, uma representação da resistência tanto de domínios exteriores, como de conflitos contra os pagãos. Em segundo momento, Arthur e sua corte também simbolizaria o poder dos Bretões, em vão ser colocados no imaginário, como, a sua aproximação com o poder divino, a sua força no campo de batalha e seu reinado próspero, sendo um modelo para outros, como Roma e até a própria França. O terceiro, será sua influência historicamente, passando da literatura e exercendo função como representante do poder Bretão, no governo Anglo-normando, que será utilizado como forma de demonstração do poderio de tal reino.
Dentro do ambiente escolar podemos trabalhar e relacionar Arthur em diversos pontos, pois o mito arturiano engloba diversos elementos, mas podemos destacar alguns, sendo estes, o aspecto religioso que era é uma das principais estruturas para compreensão da época, percebendo assim a influência da camada clerical, e como estes moldavam alguns pensamentos na época, a exemplo o rei Arthur é uma figura cristã e nas narrativas que compõem o mito arturiano isso também é mostrado. Assim como a cavalaria, parte dos guerreiros que faziam parte da sociedade, sendo estes aqueles que formavam as forças nas batalhas e guerras, então no mito podemos nos referir sobre as questões também míticas que estavam em segundo plano nessas batalhas. E por último podemos destacar a própria figura dos Reis, que tinham uma relação de interesses com o mito arturiano, em especial na Inglaterra, contudo, Arthur perpassa por vários territórios, e também é adaptado aos meios em que está inserido, o mito arturiano assim incluí novas figuras, como é colocado na linha real, e torna-se também uma espécie de modelos para alguns monarcas, sendo assim, podemos relaciona-lo ao ensino de história.
Outro ponto, podemos usar das produções mais atuais e até mesmo dos filmes para dinamizar e facilitar a compreensão de tais alunos, incorporando estás obras ao conteúdo de modo adequado.

Boa noite Bruna, muito agradecido pelo comentário e elogio. Sempre tentamos estabelecer uma comunicação com o campo educacional, e um dos instrumentos didáticos que utilizamos nessa relação é o cinema, pois faz com que o estudo sobre a medievalidade se torne mais prazeroso e menos denso, para o estudantes.