Parabéns pela pesquisa, muito interessante essa discussão de desacordo entre pares. Pensando dessa forma, como seria tal desacordo na educação? Seria pelo conhecimento?
Obrigada, Cláudia! No desacordo entre pares destacam-se os pares epistêmicos, diga-se de passagem, são aqueles que se mostram aparentemente racionais, de capacidades cognitivas similares e compartilham das mesmas evidências frente à discussão em questão e, uma condição importante apresentada é a de familiaridade (experiência, habilidades, formação, etc.) com aquilo que está sendo dito. O desacordo na educação pode (e é o que acontece) ser descrito pelo conhecimento. Seguindo a mesma linha de raciocínio da pesquisa apresentada, digamos que haja uma investigação acerca de um problema específico (por exemplo, é possível conhecer Deus?), dois agentes considerados como pares epistêmicos possuem diferentes crenças sobre as mesmas evidências. O sujeito A diz que p (ou seja, que se pode conhecer Deus) e o sujeito B diz que não-p (ou seja, que não se pode conhecer Deus). Situações assim são recorrentes no cenário escolar, onde professores discordam entre si e até mesmo apresentam discordâncias entre outros especialistas para se debater.
Curso
Filosofia
Antonio Michael Alves de Sousa
2 anos atrás
Boa tarde, ótimo trabalho. Parabéns pela pesquisa.
Parabéns pela pesquisa Milena. Me responda uma coisa, de que forma o debate/estudo sobre o desacordo epistêmico contribuiria para superação de impasses vividos hoje na educação, especialmente no nosso contexto de acirramentos?
Obrigada, Valdério! Existem inúmeras objeções quanto a essa discussão, uma delas se volta para o aprimoramento das habilidades de argumentação – em outras palavras, designar meios em que se possam reconhecer as boas razões para se crer ou descrer em algo. Além disso, outra capacidade a ser trabalhada se volta para a própria noção de entendimento (no sentido de conectar informações ou perceber conexões já existentes). Dito isso, pode-se pensar no educador como uma autoridade intelectual, pensando já no conhecimento que se dispõe – partindo das boas razões que se tem para justificar alguma crença, conseqüentemente, em transmitir informações confiáveis. Gostaria de fazer menção a Goldman (um dos referenciais teóricos da pesquisa) quando ele diz o seguinte: “o objetivo fundamental da educação, isto é, dos sistemas escolares, em todos os níveis, é o de prover os estudantes com conhecimento e desenvolver habilidades intelectuais que elevem suas habilidades de aquisição de conhecimento” (2001, p. 58-59).
Parabéns pela pesquisa, muito interessante essa discussão de desacordo entre pares. Pensando dessa forma, como seria tal desacordo na educação? Seria pelo conhecimento?
Obrigada, Cláudia! No desacordo entre pares destacam-se os pares epistêmicos, diga-se de passagem, são aqueles que se mostram aparentemente racionais, de capacidades cognitivas similares e compartilham das mesmas evidências frente à discussão em questão e, uma condição importante apresentada é a de familiaridade (experiência, habilidades, formação, etc.) com aquilo que está sendo dito. O desacordo na educação pode (e é o que acontece) ser descrito pelo conhecimento. Seguindo a mesma linha de raciocínio da pesquisa apresentada, digamos que haja uma investigação acerca de um problema específico (por exemplo, é possível conhecer Deus?), dois agentes considerados como pares epistêmicos possuem diferentes crenças sobre as mesmas evidências. O sujeito A diz que p (ou seja, que se pode conhecer Deus) e o sujeito B diz que não-p (ou seja, que não se pode conhecer Deus). Situações assim são recorrentes no cenário escolar, onde professores discordam entre si e até mesmo apresentam discordâncias entre outros especialistas para se debater.
Boa tarde, ótimo trabalho. Parabéns pela pesquisa.
Obrigada, Antonio!
Parabéns pela pesquisa Milena. Me responda uma coisa, de que forma o debate/estudo sobre o desacordo epistêmico contribuiria para superação de impasses vividos hoje na educação, especialmente no nosso contexto de acirramentos?
Obrigada, Valdério! Existem inúmeras objeções quanto a essa discussão, uma delas se volta para o aprimoramento das habilidades de argumentação – em outras palavras, designar meios em que se possam reconhecer as boas razões para se crer ou descrer em algo. Além disso, outra capacidade a ser trabalhada se volta para a própria noção de entendimento (no sentido de conectar informações ou perceber conexões já existentes). Dito isso, pode-se pensar no educador como uma autoridade intelectual, pensando já no conhecimento que se dispõe – partindo das boas razões que se tem para justificar alguma crença, conseqüentemente, em transmitir informações confiáveis. Gostaria de fazer menção a Goldman (um dos referenciais teóricos da pesquisa) quando ele diz o seguinte: “o objetivo fundamental da educação, isto é, dos sistemas escolares, em todos os níveis, é o de prover os estudantes com conhecimento e desenvolver habilidades intelectuais que elevem suas habilidades de aquisição de conhecimento” (2001, p. 58-59).