Oi Rafaele, parabéns a você e sua orientadora pela pesquisa, com uma temática muito importante para os estudos africanos. Gostaria que você explicasse um pouco sobre a importância do cinema nacional engajado do cineasta senegalês Ousmane Sembène, em suas críticas ao colonialismo e a colonialidade, e também falasse das possibilidades metodológicas para o uso das obras fílmicas africanas no ensino de história.
A realização de um cinema engajado, ou seja, um cinema, nesse caso, que se propõe debater questões intrinsecamente ligadas a realidade senegalesa da época, retratando os impactos do colonialismo e os desejos pós coloniais do cineasta, é uma maneira de contribuir para a construção de uma identidade nacional, a partir do entendimento das desigualdades e das estruturas que permitem a continuidade dessa situação após a descolonização. Não obstante, em complementariedade com o teor de suas obras, uma das preocupações de Sembène era a acessibilidade da sua produção artística, ou seja, as suas produções só completariam seu objetivo, sua finalidade, ao encontrar o público senegalês.
As possibilidades metodológicas são inúmeras, isso vai depender, principalmente, do planejamento e do que o professor deseja alcançar com a exibição de obras fílmicas africanas. No entanto, à depender da obra escolhida, é possível, por exemplo, trabalhar questões como a representação africana no cinema hollywoodiano e como isso ajudou na criação de um imaginário sobre África – nesse sentido, antes da exibição do filme, é interessante questionar os alunos sobre os conhecimentos deles sobre África ( o que pode até surpreender a professora, uma vez que o conhecimento prévio do aluno não deve ser desconsiderado, e levar a discussão para outras temáticas).
Além disso, através de outras obras do Sembène (obras não contempladas por essa pesquisa), é possível falar sobre os processos migratórios entre a África e o continente europeu – sobre essa temática, é interessante, em paralelo com a exibição do filme, dar exemplos quantitativos – como o número de jogadores relacionados ao continente africano que atuam na Champions League (famosa competição europeia de futebol) – e até mesmo, contar com a colaboração da professora de Geografia.
Não obstante, e de maneira mais geral, a utilização de filmes africanos em sala de aula promove debates, principalmente, sobre a construção identitária que o Ocidente fez de África e pode auxiliar os alunos a perceberem como o racismo e o colonialismo estão impressos em diversos produtos culturais e midiáticos.
Oi Rafaele, parabéns a você e sua orientadora pela pesquisa, com uma temática muito importante para os estudos africanos. Gostaria que você explicasse um pouco sobre a importância do cinema nacional engajado do cineasta senegalês Ousmane Sembène, em suas críticas ao colonialismo e a colonialidade, e também falasse das possibilidades metodológicas para o uso das obras fílmicas africanas no ensino de história.
A realização de um cinema engajado, ou seja, um cinema, nesse caso, que se propõe debater questões intrinsecamente ligadas a realidade senegalesa da época, retratando os impactos do colonialismo e os desejos pós coloniais do cineasta, é uma maneira de contribuir para a construção de uma identidade nacional, a partir do entendimento das desigualdades e das estruturas que permitem a continuidade dessa situação após a descolonização. Não obstante, em complementariedade com o teor de suas obras, uma das preocupações de Sembène era a acessibilidade da sua produção artística, ou seja, as suas produções só completariam seu objetivo, sua finalidade, ao encontrar o público senegalês.
As possibilidades metodológicas são inúmeras, isso vai depender, principalmente, do planejamento e do que o professor deseja alcançar com a exibição de obras fílmicas africanas. No entanto, à depender da obra escolhida, é possível, por exemplo, trabalhar questões como a representação africana no cinema hollywoodiano e como isso ajudou na criação de um imaginário sobre África – nesse sentido, antes da exibição do filme, é interessante questionar os alunos sobre os conhecimentos deles sobre África ( o que pode até surpreender a professora, uma vez que o conhecimento prévio do aluno não deve ser desconsiderado, e levar a discussão para outras temáticas).
Além disso, através de outras obras do Sembène (obras não contempladas por essa pesquisa), é possível falar sobre os processos migratórios entre a África e o continente europeu – sobre essa temática, é interessante, em paralelo com a exibição do filme, dar exemplos quantitativos – como o número de jogadores relacionados ao continente africano que atuam na Champions League (famosa competição europeia de futebol) – e até mesmo, contar com a colaboração da professora de Geografia.
Não obstante, e de maneira mais geral, a utilização de filmes africanos em sala de aula promove debates, principalmente, sobre a construção identitária que o Ocidente fez de África e pode auxiliar os alunos a perceberem como o racismo e o colonialismo estão impressos em diversos produtos culturais e midiáticos.