Parabéns pelo trabalho. Tema extremamente relevante e pesquisa bem executada.
Uma questão:
Por que o distrito sanitário de Vila Esperança foi enfatizado no estudo? Deixar clara a justificativa para esse recorte espacial.
Uma observação:
No último parágrafo do tópico “resultados e discussão” afirma-se, a partir de Mendonça (2006), que “no lugar das tradicionais terras camponesas, surgem os complexos agroindustriais e a capitalização das terras cultivadas pelos pequenos produtores rurais, e que a inserção de complexos agroindustriais traz consigo o processo de inserção do capital, que se dá pelo grau de excludência, concentração de poder e desigualdades envolvidas no processo…”. Mas não está clara a relação disso com a questão que vinha se discutindo a partir dos dados da COVID no distrito Vila Esperança.
Uma sugestão, caso se pretenda avançar na pesquisa:
Relacionar os dados da COVID com os dados das ações do poderes públicos nos distintos bairros da cidade, no sentido de verificar em que medida os poderes públicos se fundamentaram nos dados territorializados da disseminação do vírus para propor ações de enfrentamento também territorializadas; discutindo se levaram em consideração as situações geográficas diferenciais e desiguais que favoreceram a propagação do vírus.
No mais, a pesquisa consiste em uma importante ferramenta geográfica para o planejamento imediato das ações do Estado no enfrentamento da Pandemia.
Prof. Carlos Eduardo (Cadu), obrigado pela pergunta.
Acredito o formato do template (3 laudas), me deixou atônito quanto a exposição das informações.
Contudo, tentarei responder as suas indagações.
Quanto ao recorte espacial: O distrito sanitário compreende a zona rural do município de São Luís, que por sua vez, apresenta as menores taxas para os indicadores que medem o desenvolvimento e a qualidade de vida de sua população (renda, saúde, educação e saneamento básico), que em conjunto ao baixo número de casos confirmados, quando comparado aos outros distritos sanitários de São Luís, nos levou a questionar sobre essa situação e com isso, direcionar a pesquisa para esse território.
Em relação a citação da Mendonça (2006): É uma tentativa, para explicar o processo da questão agrária no estado do Maranhão e seus impactos na a zona rural de São Luís, explico. O Estado em consonância ao capital, a partir de 1975 iniciam a implantação de grandes projetos desenvolvimentistas, que aliado a falsa euforia na geração de empregos, associado a expulsão da estrutura social do campo (posseiros, quilombolas, ribeirinhos indígenas e o mais) leva estes a migrar para as centralidades (São Luís). Contudo, ao deflagrar-se com a realidade da capital, os migrantes instalam-se nas zonas periféricas da cidade, a exemplo da zona rural, que historicamente apresenta os menores indicadores de desenvolvimento socioeconômico do município de São Luís, que por sua vez, repercute nos indicadores de saúde.
Curso
Geografia
Você é o Orientador desta pesquisa?
Não
Last edited 2 anos atrás by Thiago Ronyerisson Silva Costa
Thiago, muito bem justificado o recorte espacial. E ficou esclarecida a relação entre a migração a modernização do campo e os fluxos migratórios para cidade na constituição de zonas periféricas.
Apenas uma hipótese: será que o baixo número de casos confirmados na área estudada não está relacionado à relativa imobilidade urbana decorrente da situação de pobreza daquela população? Ou seja, o fato de que haveria menos fluxos de pessoas entre a área e as demais áreas da cidade fazendo com que o vírus não se propagasse nessa zona periférica? Apenas uma hipótese.
No mais, parabéns mais uma vez pelo excelente e relevante trabalho.
Curso
Geografia
Gabriel Costa da Costa
2 anos atrás
Olá Thiago, parabéns pelo trabalho, um tema relevante, atual e pertinente para a academia.
Pergunta: Infelizmente, a frágil (e as vezes ausente) aparelhagem dos recursos sanitários presentes na zona rural (hospitais, postos de saúde bem estruturados e presença de profissionais) tende a construir um sentimento de abandono por parte do poder público nesses bairros, esse abandono meio que cria um movimento pendular na população que necessita de atendimento e tratamento médico, para o centro metropolitano, em busca de hospitais e centros de tratamento mais estruturados, você conseguiu perceber, ao longo de sua pesquisa, os impactos dessa mobilidade em meio a uma pandemia? Podemos afirmar que os bairros da zona rural ficam ainda mais vulneráveis à pandemia devido a necessidade de mobilidade em busca de regiões com melhores recursos de atendimento de saúde?
O distrito sanitário (área destinada para o planejamento em saúde) da Vila Esperança, é abrange a zona rural do município de São Luís. Este compreende o distrito sanitário com a menor infraestrutura em saúde, conta apenas com a UPA da Zona Rural (média complexidade) para atender a população desse território. Observa-se ainda que a extensão da área e distribuição desigual dessa infraestrutura prejudica os habitantes quando estes buscam acesso aos serviços de saúde.
A pandemia da Covid-19, franqueou as múltiplas dificuldades quanto ao acesso a saúde, no qual expõe-se por meio do baixo número de casos confirmados, quer pelo não acesso a testes para Covid-19 e pela ausência de estratégias efetivas para o acesso aos serviços básicos de saúde.
Com isso, os habitantes do distrito sanitário da Vila Esperança deslocam-se para as centralidades de São Luís, no qual impacta em uma maior distância e tempo médios gastos para acessar esses serviços, além de uma maior exposição a ambientes com maior probabilidade de infecção, transporte público e terminais de integração, por exemplo.
Curso
Geografia
Você é o Orientador desta pesquisa?
Não
Francisco Weliton Monteiro da Silva
2 anos atrás
Parabéns pelo trabalho. Tema extremamente relevante e pesquisa bem executada. Ainda mais se tratando de um período tão conturbado que estamos vivendo.
O trabalho é fruto da discussão do grupo Monitor Covid da UEMA e o Thiago tem participado ativamente das discussões. O artigo apresenta um monitoramento relevante para análises não só dentro do recorte do distrito sanitário como poderemos levar para para o Território maranhense
Parabéns pelo trabalho. Tema extremamente relevante e pesquisa bem executada.
Uma questão:
Por que o distrito sanitário de Vila Esperança foi enfatizado no estudo? Deixar clara a justificativa para esse recorte espacial.
Uma observação:
No último parágrafo do tópico “resultados e discussão” afirma-se, a partir de Mendonça (2006), que “no lugar das tradicionais terras camponesas, surgem os complexos agroindustriais e a capitalização das terras cultivadas pelos pequenos produtores rurais, e que a inserção de complexos agroindustriais traz consigo o processo de inserção do capital, que se dá pelo grau de excludência, concentração de poder e desigualdades envolvidas no processo…”. Mas não está clara a relação disso com a questão que vinha se discutindo a partir dos dados da COVID no distrito Vila Esperança.
Uma sugestão, caso se pretenda avançar na pesquisa:
Relacionar os dados da COVID com os dados das ações do poderes públicos nos distintos bairros da cidade, no sentido de verificar em que medida os poderes públicos se fundamentaram nos dados territorializados da disseminação do vírus para propor ações de enfrentamento também territorializadas; discutindo se levaram em consideração as situações geográficas diferenciais e desiguais que favoreceram a propagação do vírus.
No mais, a pesquisa consiste em uma importante ferramenta geográfica para o planejamento imediato das ações do Estado no enfrentamento da Pandemia.
Prof. Carlos Eduardo (Cadu), obrigado pela pergunta.
Acredito o formato do template (3 laudas), me deixou atônito quanto a exposição das informações.
Contudo, tentarei responder as suas indagações.
Quanto ao recorte espacial: O distrito sanitário compreende a zona rural do município de São Luís, que por sua vez, apresenta as menores taxas para os indicadores que medem o desenvolvimento e a qualidade de vida de sua população (renda, saúde, educação e saneamento básico), que em conjunto ao baixo número de casos confirmados, quando comparado aos outros distritos sanitários de São Luís, nos levou a questionar sobre essa situação e com isso, direcionar a pesquisa para esse território.
Em relação a citação da Mendonça (2006): É uma tentativa, para explicar o processo da questão agrária no estado do Maranhão e seus impactos na a zona rural de São Luís, explico. O Estado em consonância ao capital, a partir de 1975 iniciam a implantação de grandes projetos desenvolvimentistas, que aliado a falsa euforia na geração de empregos, associado a expulsão da estrutura social do campo (posseiros, quilombolas, ribeirinhos indígenas e o mais) leva estes a migrar para as centralidades (São Luís). Contudo, ao deflagrar-se com a realidade da capital, os migrantes instalam-se nas zonas periféricas da cidade, a exemplo da zona rural, que historicamente apresenta os menores indicadores de desenvolvimento socioeconômico do município de São Luís, que por sua vez, repercute nos indicadores de saúde.
Thiago, muito bem justificado o recorte espacial. E ficou esclarecida a relação entre a migração a modernização do campo e os fluxos migratórios para cidade na constituição de zonas periféricas.
Apenas uma hipótese: será que o baixo número de casos confirmados na área estudada não está relacionado à relativa imobilidade urbana decorrente da situação de pobreza daquela população? Ou seja, o fato de que haveria menos fluxos de pessoas entre a área e as demais áreas da cidade fazendo com que o vírus não se propagasse nessa zona periférica? Apenas uma hipótese.
No mais, parabéns mais uma vez pelo excelente e relevante trabalho.
Olá Thiago, parabéns pelo trabalho, um tema relevante, atual e pertinente para a academia.
Pergunta: Infelizmente, a frágil (e as vezes ausente) aparelhagem dos recursos sanitários presentes na zona rural (hospitais, postos de saúde bem estruturados e presença de profissionais) tende a construir um sentimento de abandono por parte do poder público nesses bairros, esse abandono meio que cria um movimento pendular na população que necessita de atendimento e tratamento médico, para o centro metropolitano, em busca de hospitais e centros de tratamento mais estruturados, você conseguiu perceber, ao longo de sua pesquisa, os impactos dessa mobilidade em meio a uma pandemia? Podemos afirmar que os bairros da zona rural ficam ainda mais vulneráveis à pandemia devido a necessidade de mobilidade em busca de regiões com melhores recursos de atendimento de saúde?
Gabriel, obrigado pela pergunta.
O distrito sanitário (área destinada para o planejamento em saúde) da Vila Esperança, é abrange a zona rural do município de São Luís. Este compreende o distrito sanitário com a menor infraestrutura em saúde, conta apenas com a UPA da Zona Rural (média complexidade) para atender a população desse território. Observa-se ainda que a extensão da área e distribuição desigual dessa infraestrutura prejudica os habitantes quando estes buscam acesso aos serviços de saúde.
A pandemia da Covid-19, franqueou as múltiplas dificuldades quanto ao acesso a saúde, no qual expõe-se por meio do baixo número de casos confirmados, quer pelo não acesso a testes para Covid-19 e pela ausência de estratégias efetivas para o acesso aos serviços básicos de saúde.
Com isso, os habitantes do distrito sanitário da Vila Esperança deslocam-se para as centralidades de São Luís, no qual impacta em uma maior distância e tempo médios gastos para acessar esses serviços, além de uma maior exposição a ambientes com maior probabilidade de infecção, transporte público e terminais de integração, por exemplo.
Parabéns pelo trabalho. Tema extremamente relevante e pesquisa bem executada.
Ainda mais se tratando de um período tão conturbado que estamos vivendo.
Obrigado, Weliton.
O trabalho é fruto da discussão do grupo Monitor Covid da UEMA e o Thiago tem participado ativamente das discussões. O artigo apresenta um monitoramento relevante para análises não só dentro do recorte do distrito sanitário como poderemos levar para para o Território maranhense