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Jakson dos Santos Ribeiro
Jakson dos Santos Ribeiro
2 anos atrás

Boa tarde! Parabéns pela pesquisa Van Joseph Rodrigues Correia e a sua orientadora. A pesquisa apresenta uma dimensão importante de fontes históricas, como também a temática que pode ser extraída. Assim, questiono, quais os principais problemas do trabalho com essas crônicas? E quais foram as outras fontes utilizadas para o contraponto das proposições existentes nessas crônicas?

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Van Joseph Rodrigues Correia
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Responder para  Jakson dos Santos Ribeiro
2 anos atrás

Muito Obrigado Jakson Ribeiro, gostei muito da sua pergunta.

Os principais problemas aos nos debruçarmos sobres essas Crônicas, são referentes aos cuidados que devemos ter aos exageros contidos nas descrições, além de nos atentarmos ao que a pesquisadora Roberta Lobão chama a atenção, aos chamados “discursos retóricos”, que dizem respeito a construção de uma narrativa que versa chamar a atenção do leitor para se solidarizar com a pretensão dos padres inacianos. Sendo que qualquer pensamento contrário aos dos padres jesuítas, eram tidos como provenientes do maligno, isso é possível ratificar quando o padre descreve os dois levantes populares que teve no período de 1661 e 1684.

No que tange as demais fontes de referência para argumentar tais contrapontos, tem-se o trabalho do professor Rafael Chambouleyron “Opulência e Miséria na Amazônia seiscentista”, que traz consigo um intenso diálogo com cartas e requerimentos de moradores do Estado do Maranhão, ressaltando a dualidade existente nestes documentos, hora ressaltando um Estado Opulento, hora um Estado de Miséria. Temos também do trabalho da professora Regina Faria “Repensando a pobreza do Maranhão (1616-1755): Uma discussão preliminar”. Entre outros.

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José Pedro da Conceição Barros
José Pedro da Conceição Barros
2 anos atrás

Ótimo trabalho, Van Joseph e profa. Helidacy! Um trabalho muito interessante sobre como era essa pobreza do século XVII no Maranhão Colonial, e que se compararmos com os dias atuais percebemos que ainda há muitas pessoas que vivem com esses mesmos problemas em nosso estado, que vivem em casas de pau-a-pique e cobertas de pindoba e outros. Muito bom, parabéns!

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Van Joseph Rodrigues Correia
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Responder para  José Pedro da Conceição Barros
2 anos atrás

Muitíssimo Obrigado José Pedro! Sim, esta pesquisa se torna muito relevante por conta desta interlocução que fazemos com o passado e o presente. Identificando como a pobreza tem suas raízes históricas e mediante pesquisas como estas, podemos nos mobilizar enquanto cientistas sociais na busca de medidas bem elaboradas afim de lutar contra a desigualdade e a exclusão social que ainda persiste não somente no nosso Estado, mas em todo o Brasil.

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Matheus Costa Miranda
Matheus Costa Miranda
2 anos atrás

Excelente pesquisa Van Joseph, parabéns. Além das mencionadas no texto, existiam outras situações de pobrezas nesse período ?

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Van Joseph Rodrigues Correia
Van Joseph Rodrigues Correia
Responder para  Matheus Costa Miranda
2 anos atrás

Muito Obrigado Mateus! Além das questões supracitadas, podemos destacar os seguimentos sociais que sofriam a pobreza. Tendo os moradores das vilas, que eram trabalhadores das fazendas (livres), os indígenas que além de serem explorados na sua força de trabalho, sofreram com a pobreza na falta de alimentos e recursos para sobreviver. Quando ocorreu o surto epidémico de varíola, essa pobreza se intensificou, sobretudo para os indígenas. A pobreza na visão de muitos donos de fazendas, vereadores, militares e demais colonos, estavam associados a uma recorrente queixa da falta de mão-de-obra indígena.

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Bruno Santos da Silva
Bruno Santos da Silva
2 anos atrás

Excelente pesquisa Van Joseph, meus parabéns a você e a Professora Helidacy pela abordagem da temática. Bom, é interessante notar que a pobreza sempre existiu desde o inicio da colonização no Maranhão. Minha duvida é: Ainda hoje a pobreza no estado do Maranhão possui as mesmas características descritas pelo Pe. João Felipe Bettendorff ?

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Van Joseph Rodrigues Correia
Van Joseph Rodrigues Correia
Responder para  Bruno Santos da Silva
2 anos atrás

Bruno, muito obrigado por seu comentário, fico muito feliz por poder lhe responder.

Mediante as descrições do padre inaciano João Felipe Bettendorff, foi possível perceber as recorrentes queixas sobre a situação da pobreza que se ramificava em diferentes situações, seja por conta da ausência de recursos necessário para a subsistência, ou mesmo para as construções de casas que compunham as vilas; que em sua maioria eram constituídas de pau-a-pique tendo por cobertura as palhas da pindoba. Trazendo para a nossa realidade, é possível identificar no corpo social do nosso Estado, que essas condições de pobreza ainda é uma triste realidade, com famílias residindo em casas de barro, cobertas por palhas; além da escassez de alimentos que é de suma importância para sobrevivência de suas famílias. 

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Bruno Santos da Silva
Bruno Santos da Silva
Responder para  Van Joseph Rodrigues Correia
2 anos atrás

Van Joseph meu caro, muito obrigado pelo esclarecimento.
É triste ver que mesmo estando séculos após o inicio da colonização, ainda é muito visível em alguns lugares do nosso estado e do Brasil, principalmente nos interiores e locais mais afastados.
Mais uma vez, Muito obrigado.

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Viviane de Oliveira Barbosa
Viviane de Oliveira Barbosa
2 anos atrás

Parabéns pela pesquisa Van Joseph!
Gostaria que você apresentasse com maiores detalhes a análise que fez da produção do Pe João Felipe Bettendorff e apontasse quais os referenciais teóricos que subsidiaram a análise dessa obra.
Agradeço!

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Van Joseph Rodrigues Correia
Van Joseph Rodrigues Correia
Responder para  Viviane de Oliveira Barbosa
2 anos atrás

Muito Obrigado pela pergunta professora Viviane!!!

 A obra “Crônica da Missão dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do maranhão”, foi escrita pelo Pe. João Felipe Bettendorff à mando de seus superiores e, o inaciano se valeu de outras obras para lhe auxiliar em algumas descrições. A Crônica encontra-se dividida em dez livros e estes em capítulos, e não os subordina à rigorosa sucessão cronológica; os livros contém descrições climatológicas, descrições dos rios, da floresta, dos aldeamentos entre outras coisas.

 No que tange a descrição da Ilha do Maranhão, Bettendorff baseia-se no que escreveu Cláudio d’Abbeville, que foi um dos missionários capuchinhos vindo na frota francesa. As descrições da Ilha do Maranhão, dizem respeito, sobre a posição geográfica, a superfície, o nome das ilhotas que a cercam, dos rios que atravessam e das 27 aldeias ou tabas indígenas, que povoaram no princípio do século XVII. A climatologia da ilha é objeto de demorados detalhes.

A Crônica destaca a vida do padre inaciano e sua trajetória até se tornar um membro da Companhia de Jesus e como foi parar no Maranhão, bem como os percalços enfrentados por ele e por seus confrades, e as suas atitudes tomadas como superior da Missão para a resolução de diversos problemas, tais como conflitos entre colonos e revoltas dos indígenas.

O livro 2°, com 11 capítulos, relata em 1626, além da habitual distribuição de datas de terras e sesmarias, começam as diversas ordens a edificar seus conventos. Um dos pontos mais marcantes da Crônica, é o relato da epidemia de varíola que assolou todo o Estado em 1695. Essa epidemia de varíola deixou a situação do Estado em agonia, pois nessa conjuntura houve a dizimação completa de diversas sociedades indígenas, além de sofrem com a ausência de alimentos para a sobrevivência.

Sobre a análise crítica e reflexiva da obra do padre inaciano podemos destacar os “discursos retóricos” que a pesquisadora Roberta Lobão chama atenção em seu artigo “A construção jesuítica do levante e expulsão da Companhia de Jesus do Maranhão (161 e 1684)”, destacando a construção de uma narrativa jesuítica que visa buscar chamar a atenção do leitor para se solidarizar com padres inacianos, essa análise fora realizada em dois momentos específicos, em 1661 e 1684, no qual sucedeu dois levantes populares visando a expulsão dos padres jesuítas. Nesse sentido, constituíam um pensamento alicerçado de que eles, os jesuítas, foram instituídos por Deus e qualquer movimento antagônico que viesse a querer o desequilíbrio de sua ordem, era vista como obra do maligno, contra a vontade de Deus, para entendermos melhor essa narrativa criada por Bettendorff, bem como inserida no imaginário dos jesuítas, Roberta Lobão (2013) destaca alguns pontos na narrativa do inaciano, tal como buscar mostrar a sua audiência que os motivos dos motins eram injustos e concorriam com o bem comum. Outra característica dessa narrativa é o destaque dado ao sofrimento e humilhações vividas no processo da expulsão.

 Além da já citada autora, temos como suporte teórico artigos do professor Karl-Heinz Arenz Agonia da Missão-ruína do Estado”: uma carta do padre João Felipe Bettendorff (1674)”, “Não Saulos, mas Paulos”: Uma carta do padre João Felipe Bettendorff da Missão do Maranhão (1671)”, “Jesuítas no Estado do Maranhão e Grão-Pará: Convergências e Divergências entre Antônio Vieira e João Felipe Bettendorff na Aplicação da Liberdade dos Índios”, de Luiz Sidney Mayer entre outros.

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Last edited 2 anos atrás by Van Joseph Rodrigues Correia
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Responder para  Viviane de Oliveira Barbosa
2 anos atrás

Muito Obrigado pelo comentário professora Viviane! Fiquei muito feliz. Grande abraço.

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LUCENILDO DO LAGO HOLANDA
LUCENILDO DO LAGO HOLANDA
2 anos atrás

Meus parabéns Van Joseph Rodrigues Correia, sua pesquisa é muito boa, falar de pobreza, não se resume a ausência daquilo que é essencial para a subsistência, pobreza no século XVII, está muito associada a questão das moradias, embora tenha sido possível identificar a situação de algumas vilas descritas pelo padre João Felipe Bettendorff. E entender essas questões diante da literatura do padre João Felipe Bettendorff é fundamentar para explicar também a questão identitária que acaba contribuindo para uma representação cultural e social da pobreza no estado nesse contexto. Meus parabéns, ótima pesquisa.

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Responder para  LUCENILDO DO LAGO HOLANDA
2 anos atrás

Muito Obrigado Lucenildo, fico muito feliz com o seu comentário. Essas contribuições por parte dos comentários nos motivam a continuar a pesquisa e os estudos nesta temática tão atual e relevante. Muito Obrigado.

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LUCENILDO DO LAGO HOLANDA
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2 anos atrás

Meus parabéns Van Joseph Rodrigues Correia, sua pesquisa é muito boa, falar de pobreza, não se resume a ausência daquilo que é essencial para a subsistência, pobreza no século XVII, está muito associada a questão das moradias, embora tenha sido possível identificar a situação de algumas vilas descritas pelo padre João Felipe Bettendorff. E entender essas questões diante da literatura do padre João Felipe Bettendorff é fundamentar para explicar também a questão identitária que acaba contribuindo para uma representação cultural e social da pobreza no estado nesse contexto. Meus parabéns, ótima pesquisa.

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Welliton Fernando Pereira Soares
Welliton Fernando Pereira Soares
2 anos atrás

Parabéns pelo trabalho, Van Joseph. Gostaria de saber de que modo o tema da sua pesquisa (pobreza) pode ser inserido dentro da sala de aula, por meio dos escritos do Padre João Felipe Bettendorff? Além disso, como a sua pesquisa se insere dentro dessa historiografia revisionistas, qual questiona o discurso de um Maranhão pobre e miserável?

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Van Joseph Rodrigues Correia
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Responder para  Welliton Fernando Pereira Soares
2 anos atrás

Olá, Wellinton! Muito obrigado pela pergunta.

Se tem uma temática que pode e deve ser trabalhada em sala de aula, é a questão da pobreza no maranhão, que é histórica. Diante disso, como professores devemos estimular o exercício da reflexão social com a qual a pobreza impera no nosso Estado e país, portanto podemos fazer esse diálogo com o passado/presente afim de apontar as problemáticas como a desigualdade, a exclusão social a falta de cuidados e amparos aos pobres por parte do Estado entre outras.

A respeito desse enquadro da pesquisa que versa em repensar a pobreza, se baliza nos estudos da professora Regina Faria “Repensando a pobreza do Maranhão 1616- 1755”, e nos estudos do professor Carlos Alberto Ximendes “O século esquecido: subsídios para o entendimento da economia de São Luís no século XVII”, bem como os estudos do professor Alírio Carvalho Cardoso.

Esta proposta visa refletir sobre essa ideia cristalizada de uma pobreza ABSOLUTA E HOMOGÊNEA que foi difundida por muito tempo na historiografia, cabendo ao Ministro português Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal de retirar do Estado da penúria e da miséria, conferindo a figura de Pombal um papel quase messiânico. E, é nesse sentido que esta pesquisa visa refletir sobre esses discursos recorrentes sobre a pobreza, sem, contudo, deixar de falar que a pobreza no Estado do Maranhão Colonial é um fato, pois ela sempre existiu.

Abraço!

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Silviney Amaral Rabelo
Silviney Amaral Rabelo
2 anos atrás

Van, parabéns pela pesquisa. Ao ler o seu trabalho pude compreender informações muito importantes e enriquecedoras, a questão da pobreza é algo que marcou a consciência de muitas pessoas e compreender todas articulações que visavam atender a interesses políticos e pessoais é fundamental. ótimo trabalho!

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Van Joseph Rodrigues Correia
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Responder para  Silviney Amaral Rabelo
2 anos atrás

Muito Obrigado por seu comentário Silviney, fico muito feliz. Agradeço muito.

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Leonardo Alisson da Silva Lima
Leonardo Alisson da Silva Lima
2 anos atrás

A probreza no Maranhão era por que as pessoas que aqui vinhearam morar eram pessoas de poucas posses ou por que a terra não era fértil suficiente para iniciar plantações?

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Responder para  Leonardo Alisson da Silva Lima
2 anos atrás

Olá, Leonardo! Muito obrigado pela pergunta.

  • A pobreza no Maranhão Colonial mais especificamente no século XVII, estava associado a questões das moradias, porém vale pontuar que pela perspectiva dos donos de fazendas, vereadores e alguns militares, a queixa em relação a pobreza estava ligada a ausência massiva de mão de obra indígena nas fazendas, e, isso se dava mediante aos jesuítas que detinham o governo Temporal e Espiritual dos indígenas. Além destas questões que condicionavam o estado de pobreza, existia também outras, como a falta de moeda para o comércio entre outras coisas.

Abraço!

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