Verônica, o seu tema é muito interessante e super atual, pois nos leva a refletir sobre a manutenção dos padrões de normatividade e controle do corpo feminino. Fica perceptível que a condenação a violência sexual contra as mulheres (neste caso, contra as meninas), é feita em termos morais, recaindo na maioria das vezes a culpa sobre as vítimas. Durante o processo de mapeamento dos jornais, foi possível localizar algum caso cujo desfecho se diferenciava dos demais? Se sim, seria possível citar?
Obrigada!
Bom, como trabalhamos com jornais foi um desafio saber dos desfechos dos crimes, pois na maioria dos casos, as notas esclarecem apenas os ocorridos e em notas bem curtas, assim fica difícil identificar o desfecho propriamente dito. Embora, isto seja uma dificuldade em analisar jornais, existe sim, casos com desfechos diferente, por exemplo, o caso da menor de idade chamada Sarah, que além de deflorada foi constatado também outras agressões.
Esse foi o caso mais distinto analisado até aqui, tendo em vista, a inversão dos processo. o processo do inquérito policial denunciando um crime de defloramento, praticado por Luiz Marques Teixeira, cujo o nome da vítima é apresentada como Sarah, uma menor de idade. De acordo com a procedência da denúncia e o exame pericial, foi constatado a membrana do hímen completamente dilatada, além desse ato, foi identificado também marcas de outras violências físicas em seu corpo, que pôs em risco a vida da menor, com isso o jornal de Caxias se prontificou em denunciar publicamente o infeliz deflorador e agressor, reportando o caso como “escandaloso”. Todavia, mesmo com todas as evidências, o acusado negou, e disse mais, que ele como cidadão e pai de família merecia justiça contra tamanha ofensa.
De acordo com essa nota, basicamente o autor negou o crime, mesmo as evidências sinalizando sua culpa diante do fato. Por mais que a nota não fale como ficou a situação da menor ou se a família procurou a justiça, a fim de que a honra da mesma fosse reparada, mas o que podemos levar em consideração deste caso, é a perspectiva do deflorador, pois, ele sendo acusado do ato, ressaltou o sentimento de ofensa, difamação, ao demostrar preocupação com o fato que sua honra poderia ser manchada, porque seu nome estava vinculado com tal crime.
Curso
História
tainara elis
2 anos atrás
Veronica, temas sobre defloramento e estupro no inicio do século XX me causa um profundo interesse, visto que muito dessa mentalidade de pureza e delicadeza é atribuido as mulheres até hoje. Em muitos dos estudo que li, as mulheres eram responsabilizadas pelo ato e aos homens eram atribuidos aspectos naturais, o que reflete muito da nossa atualidade
Na estrutura social apresentada, denotamos que a mulher como base moral da família, no padrão da sociedade burguesa, sendo elas progenitoras dos lares, sua honra e honestidade era meramente calculada pelo o resguardo do hímen, pois, qualquer evidencia do rompimento do mesmo, fosse por meio de defloramento ou outra circunstância, retirava da mulher os valores, que por si só provocava a desmoralização da mulher. E sim, todos os estigmas entorno desses casos reais, ainda hoje respinga em nossa sociedade, sobretudo, quando falamos da violência e do controle do corpo feminino.
Ainda hoje percebemos também, que questões de honestidade e desonestidade ainda demarca a moral das mulheres, pois se levarmos em consideração o cotidiano das mulheres é perceptível como a sociedade medi o comportamento, baseado em alguns aspectos, desde de modo de portasse socialmente, a maneira de falar, os lugares que frequentava, o horário que saem, se andava sozinhas ou desacompanhadas, as companhias que andam, e para aquelas que trabalham também problemático o ambiente de trabalho, ou seja, como se pode notar, essas premissas demarcavam e ainda demarcar a representação de uma mulher honesta ou desonesta, premissas essas advindas de raízes históricas a partir da criminalidade do defloramento, embora esta prática não seja mais considerado um crime, mas permanece na sociedade todos os estigmas sociais atrelados a eles em detrimento do papel social das mulheres.
Verônica, o seu tema é muito interessante e super atual, pois nos leva a refletir sobre a manutenção dos padrões de normatividade e controle do corpo feminino. Fica perceptível que a condenação a violência sexual contra as mulheres (neste caso, contra as meninas), é feita em termos morais, recaindo na maioria das vezes a culpa sobre as vítimas. Durante o processo de mapeamento dos jornais, foi possível localizar algum caso cujo desfecho se diferenciava dos demais? Se sim, seria possível citar?
Obrigada!
Bom, como trabalhamos com jornais foi um desafio saber dos desfechos dos crimes, pois na maioria dos casos, as notas esclarecem apenas os ocorridos e em notas bem curtas, assim fica difícil identificar o desfecho propriamente dito. Embora, isto seja uma dificuldade em analisar jornais, existe sim, casos com desfechos diferente, por exemplo, o caso da menor de idade chamada Sarah, que além de deflorada foi constatado também outras agressões.
Esse foi o caso mais distinto analisado até aqui, tendo em vista, a inversão dos processo. o processo do inquérito policial denunciando um crime de defloramento, praticado por Luiz Marques Teixeira, cujo o nome da vítima é apresentada como Sarah, uma menor de idade. De acordo com a procedência da denúncia e o exame pericial, foi constatado a membrana do hímen completamente dilatada, além desse ato, foi identificado também marcas de outras violências físicas em seu corpo, que pôs em risco a vida da menor, com isso o jornal de Caxias se prontificou em denunciar publicamente o infeliz deflorador e agressor, reportando o caso como “escandaloso”. Todavia, mesmo com todas as evidências, o acusado negou, e disse mais, que ele como cidadão e pai de família merecia justiça contra tamanha ofensa.
De acordo com essa nota, basicamente o autor negou o crime, mesmo as evidências sinalizando sua culpa diante do fato. Por mais que a nota não fale como ficou a situação da menor ou se a família procurou a justiça, a fim de que a honra da mesma fosse reparada, mas o que podemos levar em consideração deste caso, é a perspectiva do deflorador, pois, ele sendo acusado do ato, ressaltou o sentimento de ofensa, difamação, ao demostrar preocupação com o fato que sua honra poderia ser manchada, porque seu nome estava vinculado com tal crime.
Veronica, temas sobre defloramento e estupro no inicio do século XX me causa um profundo interesse, visto que muito dessa mentalidade de pureza e delicadeza é atribuido as mulheres até hoje. Em muitos dos estudo que li, as mulheres eram responsabilizadas pelo ato e aos homens eram atribuidos aspectos naturais, o que reflete muito da nossa atualidade
Obrigada pelo comentário.
Na estrutura social apresentada, denotamos que a mulher como base moral da família, no padrão da sociedade burguesa, sendo elas progenitoras dos lares, sua honra e honestidade era meramente calculada pelo o resguardo do hímen, pois, qualquer evidencia do rompimento do mesmo, fosse por meio de defloramento ou outra circunstância, retirava da mulher os valores, que por si só provocava a desmoralização da mulher. E sim, todos os estigmas entorno desses casos reais, ainda hoje respinga em nossa sociedade, sobretudo, quando falamos da violência e do controle do corpo feminino.
Ainda hoje percebemos também, que questões de honestidade e desonestidade ainda demarca a moral das mulheres, pois se levarmos em consideração o cotidiano das mulheres é perceptível como a sociedade medi o comportamento, baseado em alguns aspectos, desde de modo de portasse socialmente, a maneira de falar, os lugares que frequentava, o horário que saem, se andava sozinhas ou desacompanhadas, as companhias que andam, e para aquelas que trabalham também problemático o ambiente de trabalho, ou seja, como se pode notar, essas premissas demarcavam e ainda demarcar a representação de uma mulher honesta ou desonesta, premissas essas advindas de raízes históricas a partir da criminalidade do defloramento, embora esta prática não seja mais considerado um crime, mas permanece na sociedade todos os estigmas sociais atrelados a eles em detrimento do papel social das mulheres.