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Elizabeth Abrantes
Elizabeth Abrantes
2 anos atrás

Caro Victor, parabéns a você e sua orientadora pela pesquisa, pela ampliação dos estudos sobre regimes ditatoriais luso-brasileiros por meio do referencial teórico-metodológico da História Comparada. Com base nos resultados já obtidos na leitura das duas obras que constituem o aporte documental da pesquisa (Orvil” (2005) e “Memórias de Um Inspetor da PIDE” (1979), comente um pouco sobre as características dessas obras, destacando o contexto de suas produções.

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Victor Gabriel de Jesus Santos David Costa
Victor Gabriel de Jesus Santos David Costa
Responder para  Elizabeth Abrantes
2 anos atrás

Olá, professora Elizabeth. Muito obrigado pelo comentário.

O forte conteúdo contemplado nos capítulos dos “Orvil” trata sobre as estruturas repressiva e informativa da Ditadura Empresarial Militar, por meio de uma gigantesca aglutinação de informações sobre as ações da esquerda revolucionária brasileira. Ou seja, a principal característica dessa obra é o detalhamento de dados, organizado pelos agentes do Estado, sobre os movimentos sociais, partidos políticos e indivíduos contrários ao regime militar. O objetivo central do projeto foi de consolidar uma “nova versão” sobre os fatos ocorridos durante os anos de 1964-1985, em decorrência das crescentes produções jornalísticas, publicitárias, historiográficas, etc. que começaram a revisitar as censuras, torturas, e prisões ilegais cometidas pela ditatura. A obra começou a ser escrita em 1984, durante o processo de Abertura Política, intensificado no ano de 1979, mas, só foi inteiramente divulgada em 2007, durante o segundo mandato do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Atualmente é muito utilizada por frentes políticas da direita brasileira, adeptas à volta dos tempos obscurantistas da ditadura.

A obra “Memórias de um inspetor da P.I.D.E” (1979) foi escrita pelo ex-agente da polícia política de Portugal, Fernando Gouveia. O livro trata sobre as estruturas revolucionárias do Partido Comunista Português (PCP), e da repressão sofrida por esta organização partidária por meio das ações da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE). O autor deste volumoso livro tinha o objetivo de reconstruir suas memórias saudosistas em tempos de fascismo português. Foi publicado durante o V governo Constitucional de Portugal, em um contexto político desfavorável para os ex-agentes ditatoriais, que estavam sofrendo processos jurídicos sobre seus atos ilegais cometidos entre 1933 a 1974. Há um detalhamento de informações sobre as ações do PCP, não somente baseadas pelas memórias de Gouveia, como também por uma vasta gama de documentos disponibilizados pelo Estado.

As duas fontes e objetos desta pesquisa buscaram erguer uma versão heroica e apaixonante das ações ditatoriais cometidas pelos Estados luso-brasileiros. Essas explicações negam ter existido tortura, ou qualquer ação que fugisse das normas jurídico-constitucionais dos regimes ditatoriais. Ambas são baseadas em muitas documentações do “oficiais” emitidas pelo Estado.  

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